Um calor que nem se pode e a CatWoman e Noa continuam como duas rabuscadeiras imparáveis incapazes de deixar o seu tão esperado projecto.
Ponto de encontro: Campo 24 de Agosto claro está.
(Escusado será dizer que a Tânia foi rabuscar para outras paragens.)
Iniciámos a visita pela Sé. Sim, desta vez conseguimos entrar e não nos ficámos apenas pela admiração dos mistérios contidos no seu exterior. E que grande alívio sentimos pois o calor começava a roçar o insuportável.
Este templo ergueu-se entre os séculos XII e XIII. Aparente ao longo dos séculos, foi sofrendo uma série de alterações, algumas sem grande critério e preocupação.
Sabiam que foi no interior desta Igreja que casou D. João Mestre de Avis com a inglesa D. Filipa de Lencastre? E sabiam que foi aqui baptizado o Infante D. Henrique com apenas 4 dias após o seu nascimento? CatWoman e Noa não brincam em serviço...
A não perder este interior e vale a pena os míseros ouros gastos para visitar os maravilhosos claustros e o museu com peças belíssimas!
CatWoman ainda tentou fazer das suas ao descer uma escadas vedadas mas que davam apenas para uma parede, a sede de rabuscar era enorme.
Valeram a pena as fotos tiradas, de evidenciar a foto com a Nossa Senhora da Expectação, foto aconselhada pelo senhor da Igreja. Notável! Uma preparação para uma gravidez desejada.
Saindo da Sé, não perdemos a maravilhosa vista sobre a cidade.
Em frente à porta principal da Sé temos a Calçada Pedro Pitões, com um único edifício do lado direito, a Torre da Cidade, uma velha casa medieval reconstruída no século passado, hoje utilizada como Centro de Dia para a Terceira Idade. Aqui a CatWoman aproveitou a paragem para despejar uma garrafa de água por ela abaixo, na tentativa de arrefecer os calores.
Ao fundo dessa rua, virámos à esquerda e encontrámos a Fonte de S. Sebastião, também conhecida pela Fonte da Rua Escura, já que estava localizada na Rua Escura antes de ser transferida para este sítio.
Duas mulheres simétricas, uma branca e uma preta, que sustentam um friso decorativo com armas reais. Ao centro um pelicano com um furo no peito, onde originalmente saía água para matar a sede às gentes do povo que dela precisavam. E que vontade de meter os pés naquela água bem suja mas com um ar fresquinho...
Descendo as escadas do Colégio, temos de ter cuidado com a quantidade de lixo que por aqui se encontra. Noa e CatWoman à cautela! Desembocámos no Largo do Colégio e a Igreja do Colégio, mais conhecida pela Igreja dos Grilos.
Analisando a sua fachada fria, vemos que não tem qualquer tipo de decoração nem escultura. Mete um bocado de medo aliás. O interior é igualmente frio e mais moderno do que se poderia esperar.
Desta igreja vê-se a Rua de Santana e bem que a Catwoman e a Noa que procuraram com muito custo o tão Famoso Arco de Santana, mas só sobrou uma pequena parte.
No entanto, há que visitar uma loja/atelier de uma simpática senhora.
Continuámos o nosso rumo e descemos a Rua de Santana e entrámos na Rua dos Mercadores, com os típicos nichos da cidade do Porto.
A partir daqui, sim, a coisa tornou-se verdadeiramente interessante. Isto foi o verdadeiro rabuscar por ruas tortas e estreitinhas, com casas fininhas com a malta drogada a pegar em seringas. Isto sim é rabuscar!
Entrámos na Rua de Baixo que desemboca no Largo do Terreirinho, onde uma moderno restaurante se encaixou no espaço medievo sem em nada ferir a traça do local. Descemos a Travessa do Barredo e fomos dar ao Largo dos Canastreiros, onde existe um pub agradável integrado no ambiente. Através da Travessa dos Canastreiros, fomos dar à Beira-Rio. Ribeira. Nesta pequena viagem do rabuscar não deixámos escapar as datas com as marcas das cheias nas paredes. Espectacular!
De notar as Alminhas, um baixo relevo na parede de Teixeira Lopes com as velas e flores acesas - um memorável monumento ao desastre da Ponte das Barcas, a 29 de Março de 1809. O mesmo não se pode dizer dos ferros nas margens do Rio Douro, também uma ridícula homenagem a este dia.
Neste ponto, já a CatWoman e a Noa não aguentavam o calor e decidiram comer um gelado enquanto observavam os putos gunas, futuros grunhos, a fazer palhaçadas e a tomarem banho no Rio. Um deles, com o cabelo à gaja, ficou com as duas sapatilhas atiradas ao rio e umas quantas miúdas grávidas davam gritinhos de excitação ao assistir ao espectáculo dos marmelos.
Depois do gelado, já nenhuma das duas estava em condições, e tiveram de pôr os pés no rio para arrefecer. Ao lado, um jovem careca com uma parte do cabelo comprida, tomava uns bons banhos e dava uns grandes saltos para dentro do rio.
Derrotadas, acabaram por subir novamente para a Praça 24 de Agosto e juraram nunca mais rabuscar com este calor.
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